segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sobre o Irajá Gastrô

A criatividade é somada a combinações clássicas no cardápio do Irajá Gastrô. O restaurante de culinária contemporânea com fortes influências da gastronomia brasileira foi criado para dar o conforto que só uma boa comida em um bom ambiente podem dar. Construído em uma casa do séc. XIX, o espaço é descontraído e o atendimento é informal.

A cozinha comandada por Pedro de Artagão oferece opções que agradam não só o paladar como também a visão. Os chips de mandioca com manteiga de garrafa e queijo grana padano abrem o apetite na medida certa.


Uma excelente pedida também é a nova tomada na salada caprese, o Caprese 40. É uma deliciosa combinação de mussarela de bufala líquida, tomates cereja sem pele com manjericão fresco e farofa de pão.


Para os que desejam um prato mais substancioso, o "tropeirinho chique" com a costelinha confitada supre além de todas as expectativas. Uma porção exata para matar a fome mas deixar espaço para a sobremesa.


A variedade de sobremesas do Irajá, embora curta, é de encher os olhos. O bolo quente de brigadeiro é farto em recheio e até nostálgico. A combinação de bolo e brigadeiro lembra a infância com um toque de novidade adulta. Foi nomeado "melhor doce" pelo jornal O Globo.


Além de tudo isso a casa oferece uma excepcional carta de vinhos e várias opções de drinks para aprimorar a refeição. 
E por falar nisso, se você é daqueles que gostam de tornar uma refeição ainda mais especial com uma boa cerveja, vai adorar essa notícia aqui.


Irajá Gastrô
Rua Conde de Irajá 109, Botafogo
Seg a qui, do meio-dia às 15h30m, e das 19h30m à meia-noite.
Sex, do meio-dia às 15h30m e das 19h30m à 1h30m.
Sáb, do meio-dia à 1h30m.
Dom, do meio-dia à meia-noite.

 Abs,
Vanessa Múrias

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Sobre Ida

O longa polonês “Ida", dirigido por Pawel Pawlikowski, é sobre a busca por identidade e verdade em um mundo que ignorou e suprimiu ambas. É um belíssimo filme onde a estrutura, o tempo e o tom se encaixam com a história. Com uma fotografia de tirar o fôlego e cenas que parecem se inspirar em filmes de estrada como “Pequena Miss Sunshine” e “Aconteceu naquela noite”, as lições desse filme tem sua origem nos conflitos do coração, não na reflexão inspirada pelas paisagens. Talvez com esse objetivo, a terra ao redor da história parece fatigada de tanto enterrar e ocultar os segredos obscuros de muitos homens.



O filme conta a história de Anna, uma noviça de 18 anos que morou em um convento desde quando foi trazida como órfã após seu nascimento. Discreta e submissa, ela aparenta ter pouco, quiçá nenhum conhecimento do mundo fora das paredes de seu lar.

A trama se inicia quando a madre superior informa Anna que, embora durante toda a vida ela tenha acreditado que não havia nenhum parente vivo, existe, sim, uma tia, irmã de sua mãe, e a aconselha a conhecê-la e confrontar essa parte de sua vida antes de fazer seus votos. A jovem fica relutante de deixar a segurança do convento para conhecer a familiar desconhecida, mas parte.

Até aquele momento, o diretor não situa o público no tempo histórico. Apenas quando Anna chega ao apartamento de sua tia que o espectador se encontra na Polônia dos anos 60, uma terra onde o comunismo se enraizou por algum tempo. Não são os anos 60 do mundo ocidental, com lâmpadas de lava, rock’n'roll e cores vibrantes. Mas a tia de Anna, Wanda Gruz, uma juíza que antes foi conhecida como “Wanda Vermelha” é uma mulher independente e poderosa, que mora sozinha em um belo apartamento, dirige um bom carro, se veste bem e, de repente, toma conta do filme.

Apesar de sua beleza, inteligência e sucesso, ou talvez por causa desses, Wanda é cínica e preocupada. Não sustenta qualquer ilusão sobre o mundo ou sobre si mesma. Fuma compulsivamente, bebe muito, dirige bêbada e tem o hábito de ir para a cama com homens que conhece em bares. Ela não faz tais coisas com a esperança de que repeti-las possa trazer o que ela sente falta na vida. Ela as faz por puro hábito, talvez adquirido por culpa ou vergonha e sabe para onde elas podem a levar.

Primeiramente Wanda conta a Anna - cujo nome verdadeiro é Ida, pois a família é judia - que seus pais foram mortos por oficiais nazistas quando ela era um bebê. Elas então partem para a cidade onde Ida nasceu para encontrar vestígios dos pais na esperança de os dar um enterro digno.

Ao final da busca, as personagens entram em uma bifurcação em suas vidas. Ao encontrar uma a outra, Ida e Wanda encontram a si mesmas e, consequentemente, os conflitos que por anos evitaram - de uma forma ou de outra. E as descobertas feitas em sua busca levaram a resultados confusos para ambas. Enquanto Ida busca desesperadamente por um novo começo, Wanda parece se fixar em um final.

“Ida" é repleto de arrependimento humano e tragédia, mas mostra como a força pode crescer de dentro da fraqueza, e como a culpa muitas vezes é expiada pelos inocentes.

Abs,
Vanessa Múrias

sábado, 8 de novembro de 2014

Sobre o Belgian Beer Weekend

Para os amantes de uma boa cerveja, esse é um evento imperdível. O Belgian Beer Weekend é originalmente sediado em Bruxelas há 16 anos e agora está vindo ao Rio. Serão reunidas aproximadamente 40 cervejarias de diversas regiões da Bélgica, que apresentarão mais de 200 rótulos, muitos deles nunca antes vistos no Brasil. Rótulos que poderão ser degustados juntos com pratos clássicos da gastronomia belga, como mexilhões marinados na cerveja e a famosa batata-frita belga, o decadente e doce waffle de Liège, a pizza com massa à base de cerveja, o picadinho de carne cozido na cerveja, além de cinco tipos de croquetes de queijo com cerveja. 


Mas não se engane, o Belgian Beer Weekend não é um evento apenas de degustação. É uma ótima oportunidade para donos de restaurantes e bares fecharem negócios. Além disso, a programação também conta com workshops. As melhores cervejarias terão estandes próprios e servirão doses generosas em copos de vidro a preços acessíveis a todos os bolsos.

Um programa excelente para amigos, casais e até famílias. Vai ficar de fora?

Abs,
Vanessa Múrias

BELGIAN BEER WEEKEND: 27 - 30 de novembro
Quinta (27) das 17h às 23h.
Sexta (28) das 14h às 23h.
Sábado (29) das 11h às 23h.
Domingo (30) das 11h às 22h.

Ingresso:
R$ 50,00 pelo site Ingresso Rápido.

Centro de Convenções Sul América
Av: Paulo de Frontin, 1 (acesso principal pela Rua Beatriz Larragoiti Lucas) - Cidade Nova - Centro - Rio de Janeiro

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sobre o Festival do Rio

Começa hoje o Festival do Rio! O evento anual de cinema já tem 14 anos e a programação conta com 41 longas-metragens e 29 curtas distribuídos em 19 salas de cinema por todo o Rio. É uma celebração a sétima arte e uma moldura do cinema brasileiro para o mundo.


Aqui vão alguns dos filmes que serão mostrados:

O fim e os meios

O filme de Murilo Salles conta a história de Paulo e Cris, um jovem casal que se muda para Brasília para tentar resolver os impasses da relação. Ela é jornalista, ele é publicitário. A campanha eleitoral de um senador da república desencadeia um jogo de poder em que a mídia e a política convivem de forma perigosa com os desejos e as fraquezas da relação entre homem e mulher. As raízes do Brasil são expostas através dos sentimentos daqueles que vivem dentro do furacão do cotidiano do poder.


Mapas para as estrelas

David Cronenberg (diretor de Cosmópolis) conta a história dos Weiss, uma típica família hollywoodiana. Sanford é um psicólogo que fez fortuna com livros de autoajuda. Christina, sua mulher, passa a maior parte dos seus dias cuidando da carreira do filho Benjie, um astro mirim de 13 anos que acaba de voltar da reabilitação que começou aos nove. Completando a família, Agatha acaba de ser liberada do sanatório em que foi tratada por piromania criminosa. Prêmio de melhor atriz para Julianne Moore no Festival de Cannes 2014.


Esta noite e as pessoas

O filme francês mostra em uma Los Angeles imaginária, um bando de vaqueiros, um grupo de ativistas, três hippies, quatro adolescentes e alguns gângsteres aguardam por um evento que supostamente acontecerá nesta noite: o Apocalipse. Enquanto esperam, falam sobre valores, sonhos, amores ideais e sobre como a política afeta suas vidas. Com a iluminação insípida das sitcom, cenários artificiais, vozes pré-gravadas, elenco estereotipado e atuações mecânicas, nada está fora do rumo. O realismo vira fantasia. Porque o apocalipse que esses personagens estão aguardando já aconteceu, e vivemos todos no Inferno.



The yellow generation

É um curta-metragem animado brasileiro. Sem evidências para justificar a prisão do hacker "THC", suposto inimigo público número 1, os líderes da Major Fortress colocam em prática um arriscado plano de assassinato.


Ao seu lado

Chelli está criando Gabby, sua irmã deficiente mental, sozinha. Quando a assistente social descobre que ela a deixa sozinha em casa durante o trabalho, Chelli se vê obrigada a colocá-la em uma casa de cuidados, e o vazio deixado pela ausência da irmã abre espaço para um homem em sua vida. Seu relacionamento com Zohar provoca outra rachadura na relação simbiótica entre as duas irmãs, enquanto os três são lentamente arrastados para um estranho triângulo no qual as fronteiras entre amor, sacrifício, carinho e possessividade são rompidas.


A camareira 

Lynn Zapatek é camareira em um grande hotel e evita a todo custo interagir com pessoas. Para ela, a vida se resume a limpar e arrumar os bens alheios. Ela vasculha os objetos dos hóspedes e se esconde debaixo de suas camas durante a noite na esperança de desvendar os segredos por trás de suas vidas. Mas quando Lynn se depara com Chiara, uma mulher que oferece seus serviços aos clientes do hotel, ela aos poucos parece querer sair de seu isolamento.


Esses são apenas alguns dos muitos filmes exibidos durante o festival. Vai durar até dia 08 de outubro e os ingressos podem variar entre R$ 4,00 e R$ 70,00. Para mais informações, entre no site www.festivaldorio.com.br .

Abs, Vanessa Múrias

Sobre o Biocarioca

A proposta do restaurante Biocarioca é trazer um conceito inovador e familiar para um dos endereços mais tradicionais da Zona Sul, com um ambiente aconchegante e agradável. O bistrô, que atrai pessoas que apreciam boa gastronomia vegetariana em uma atmosfera acolhedora, é ideal para quem gosta de comer bem e está sempre antenado à saúde do corpo e da mente. Seu chef, Thiago Andrade, cria pratos que sāo releituras de receitas famosas e agradam os comensais. A moquena de pupunha, o escondidinho de baroa com ricota e espinafre e a feijoada vegetariana são bons exemplos.

De onde surgiu a ideia de abrir este restaurante vegetariano?
O trabalho que temos no restaurante já vem da nossa vida. Somos vegetarianos há quatro anos e temos uma prática de vida mais saudável. Já tínhamos uma alimentação saudável com muita salada e muitas frutas. Começamos tomando o suco vivo em casa, apresentado por um amigo, que é um suco com hortaliças legumes, frutas e grāos germinados, que é o que faz a diferença, é o que potencializa o valor nutricional. Aqui no restaurante a gente faz o suco sem grãos germinados, que é o suco verde, pois deve-se ter uma higienização muito maior.


E o gosto deste suco não é muito diferente pra quem não usa estes tipos de alimentos?
A única fruta que poder-se usar é a maçã, pois ela não oxida. Colocamos ainda couve, chicória, cenoura, gengibre, inhame para deixar ele mais grosso e leitoso e hortelã. Assim ele fica mais gostoso e docinho.

Nós começamos a trabalhar este suco e vender para os alunos da minha ex-mulher, que é professora de yoga, e assim realizávamos entregas delivery. A partir dos sucos, começaram a nos perguntar se nós tínhamos uma comidinha nessa linha mais natural para entregar junto. E então começamos a fazer as comidas vegetarianas que já fazíamos em casa.


Qual a proposta do Biocarioca?
A gente não criou um restaurante com a proposta de ser vegetariano. A gente quer uma comida que traga benefícios, pois não adianta eu fazer uma comida vegetariana se eu faço fritura, se eu uso proteína vegetal, se eu uso gordura hidrogenada, não adianta nada, não é uma comida natural.

Se a gente tivesse carnes e frituras, o restaurante provavelmente estaria estaria bombando, mas esta não era a nossa proposta e estamos ganhando clientes assim também.

Nós não usamos mel, leite, nem nada que é produzido por animais. Nem gelatina, pois possui tutano de boi. Só podemos usar gara gara aqui, que é uma gelatina vegetal.


Como o Biocarioca entrou na vida de vocês?
A gente já gostava e começamos a deselvolver este cardápio. Em uma conversa com uma amigo com uma amigo, ele me apresentou o cunhado dele que tinha o interesse de abrir um restaurante. E como eu já possuía um know how de cozinha e uma ideia do que eu queria, fomos conversar sobre e criar um plano de negócio.


Vocês usam carne de soja no restaurante?
Somos totalmente contra a soja, pois a proteína é a pior parte da soja, é o bagaço e é péssima para a saúde. A produção de soja é terrível, usam-se transgênicos e sua proteína é o elemento que resta da soja depois que foram feitos outros produtos, onde passam uma soda cáustica para virar a carne de soja. Aqui a gente prefere trabalhar com tofu defumado.

Mas temos alguns ingredientes que enganam a carne, como a bargana, que é uma raiz marrom e comprida, que quando é cortada em rodelas, pode ser usada no caldo verde ou na feijoada vegetariana. Quando eu faço, parece que estou fazendo uma linguiça, o cheiro vai longe e ela já dá um sabor.

Estamos com uma proposta de abrir a noite, pois os happy hours que tem por aqui só tem fritura e aqui só vamos fazer tudo no forno, com bolinhos, quibes...

A proposta de abrir o restaurante foi para os vegetarianos que queriam comer e não encontravam muitas opções e para aqueles que não são saberem que agora eles podem comer de uma forma saudável, pois até quem não é vegetariano está sem opção, pois é sempre bolinho frito, pastel, gordura hidrogenada.


E como são os doces daqui?
A gente faz doces normalmente, mas usamos açúcar cristal orgânico. Faço torta doce de cacau com morango, queijo, banana...


Quando pessoas não vegetarianas o que elas falam?
Raros os que não se surpreendem e os que se surpreendem sempre falam que é uma delícia.


Porque abrir o Biocarioca em Copacabana?
Porque aqui não tem nada com esta proposta. Podemos ver isso em


Vocês tem ideia de abrir o modelo à quilo?
De jeito nenhum, porque vai cair a qualidade do que a gente tem, presamos mais a qualidade.


Fazer comida vegetariana é complicado por causa da falta de variedade, e do mesmo modo vejo que vocês fazem pratos sofisticados e com produtos simples. Como vocês conseguem?
Com um bom paladar, gosto e carinho. E o fato de saber cozinhar bem conta muito. Quando você tem um paladar bom e conhece os sabores, aí você desenvolve.


Qual a novidade da casa para o novo ano?
A novidade do restaurante é abrir a noite, que estamos lançando um monte de coisas novas. Vamos fazer toda parte de drinks, mojito, sex in the beach..., com menta orgânica e sem usar sucos industrializados, e isso faz a maior diferença.



Biocarioca

Unidade Copacabana:

Rua Xavier da Silveira, 28A

Todos os dias: das 11:30 às 18:00.

Quarta a Sábado: das 19:00 às 00:00.


Unidade Downtown:

Avenida das Américas, 500 - Bloco 21 - LJ 128

Segunda a Sábado: das 11:30 às 16:00.


Unidade Cidade Nova:

Rua Neri Pinheiro, 285 - Boulevard Cidade Nova

Segunda a Sexta: das 11:30 às 16:00.

Abs, Vanessa Múrias

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Sobre o Siri Mole&Cia

Pra quem quer um gostinho da Bahia, o Siri Mole & Cia. é a pedida. Um ambiente pequeno e familiar com um ar caseiro e um cardápio tradicionalmente nordestino, o restaurante delicia os cariocas a quase 25 anos, no bairro de Copacabana.

A cozinha comandada pela dupla Isis Rangel e Agda Pereira oferece porções fartas de receitas que, embora tradicionais, nunca saem de moda.

A Sinfonia de frutos do mar, um grande sucesso da casa, é uma moqueca com camarões, lagostins, peixe, mexilhões, polvo e siri, acompanhada de arroz branco, farofa e, é claro, um forte molho de pimenta a parte.

Os que entendem de frutos do mar sabem que cozinhá-los é uma tarefa capciosa que exige maestria. O Siri Mole não desaponta. Cada um dos elementos adere o molho da moqueca sem passar do ponto. O polvo e o lagostim desmancham na boca. Vale a pena experimentar.



Para aqueles que não compartilham do amor por frutos do mar, o cardápio também inclui filé de frango ou de filé mignon grelhado com as opções de batatas gratinadas, arroz branco, arroz de coentro, salada verde, creme de espinafre ou de milho e pirão de peixe ou de leite.

Aos sábados, além do serviço à la carte a casa oferece um Buffet à Baiana, de 12h às 17h.

Abs,
Vanessa Múrias

Siri Mole & Cia.
Rua Francisco Otaviano, 50 - Copacabana
Aberto de terça a domingo de12h à 0h (segunda a partir das 19h)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Sobre Lovelace

O nome em si é um ícone dos anos 70. Para quem nunca ouviu falar, o título do filme deriva da história de uma das atrizes de maior sucesso da indústria de filmes pornográficos, Linda Lovelace. Muitos talvez vejam o filme puramente pela curiosidade do que seria a produção de um longa e de uma estrela pornô. Mas a história é muito mais do que isso.

Um olhar dramático na vida de Linda Lovelace, cujas habilidades no sexo oral deram o título ao grande sucesso "Garganta Profunda", "Lovelace" é um filme difícil de se ver, mas não de terminar. Mostra o retrato de um momento específico na cultura pop americana, quando muitos tabus começaram a ser removidos. Como o fenômeno aconteceu a 40 anos atrás, é difícil imaginar o quão chocante ele foi, a ponto de ser discutido em talk-shows, recebido uma crítica no New York Times e zombado por comediantes na TV. 



Com "Lovelace", os diretores Rob Epstein e Jeffrey Friedman mostraram principalmente uma perspectiva dolorosa de como uma moça pode ter sua vida completamente fora de controle. Talvez até os mais conservadores concordem que a pornografia foi a parte mais "leve" de toda a história. No roteiro de Andy Bellin, vemos uma jovem Linda Boreman (Amanda Seyfried), cujos pais, especialmente a mãe (interpretada por Sharon Stone a ponto de ser quase irreconhecível), educavam com rédeas curtas e princípios católicos conservadores. 

A vida de Linda muda quando o charmoso Chuck Traynor (Peter Sarsgaard) aparece. Um homem com a lábia e o estilo de um cafetão, ele casa com Linda antes de fazê-la seu ganha-pão. Para sair do aperto financeiro - causado pelo pagamento de sua fiança - ele a vendeu para um homem e depois a forçou a fazer o filme, que acaba se transformando no grande sucesso e lançando Linda no estrelato. 

Quando o filme chega ao ápice da carreira de Lovelace, os diretores voltam para o início e mostram como todo o processo foi acompanhado de violência e abusos por parte de Chuck. O público então passa a ver as surras e a intimidação sofridas por Linda. Vê também que "Garganta Profunda" causou grande impacto não só na cultura pop americana, mas nos pais de Linda. 

Os cineastas nos mostram um clássico caso de uma vítima de abuso. O personagem de Amanda Seyfried tem o desejo latente de agradar a todos, pré-condicionada por uma mãe ríspida e dura a aceitar qualquer tipo de amor que puder encontrar. Por esse motivo a lábia de Chuck Traynor lhe parece sincera o bastante para que ela seja extremamente ligada a ele mesmo depois de seus abusos e de, literalmente, prostituí-la várias vezes. 

"Lovelace" é um filme duro. Um exemplo de quão desumano um homem pode ser com uma mulher e como a pornografia em si é, muitas vezes, uma forma de violência contra as mulheres. Algo que, estranhamente, parecemos esquecer.


Abs,
Vanessa Múrias